Artigo
cientifico n°1
O
sistema logístico e de transporte
A infraestrutura de
transportes de uma região tem importante papel no seu desempenho dado que é
condição básica para a realização de trocas econômicas entre locais dispersos espacialmente.
De acordo com Samii (1997), esta reflete o nível de atividade econômica de uma
região, contando aquelas regiões mais desenvolvidas com uma melhor
infraestrutura de transportes. Na verdade, estudos do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (Moreira etal., 2008) mostram que as deficiências da
infraestrutura dos países em desenvolvimento, em especial da América Latina e
Caribe, dificultam o aumento das trocas comerciais destes países e, segundo The
World Bank (2007; 2010), a infraestrutura constitui a principal restrição para um
bom desempenho logístico nestes países.
Para identificar as
melhorias necessárias em termos de infraestrutura de uma região é preciso compreender
as trocas comerciais que acontecem nas chamadas redes, ou seja, conhecer a origem,
destino, os volumes, a natureza e o propósito dos movimentos. Este constitui um
dos aspectos de um planejamento de transportes, o qual deve considerar outros
que se tornaram relevantes num novo contexto onde novas exigências são impostas
pela competição mais intensa entre as diversas regiões.
O aumento significativo dos
fluxos, decorrente da globalização, exige ampliação e melhoria da
infraestrutura disponível para a realização das trocas comerciais. Mas as
mudanças associadas a estes fluxos não se restringem a aspectos quantitativos.
Mudanças estruturais e operacionais também têm sido constatadas. De acordo com
Rodrigue et al. (2009, p. 158), as mudanças estruturais envolvem os sistemas de
manufatura e a geografia de produção enquanto as operacionais concernem,
principalmente, ao transporte de carga e à geografia de distribuição. “A
questão fundamental não mais reside na natureza, origem e destino dos movimentos
de cargas, mas em como estas cargas estão se movimentando”. Os novos modos de
produção mudam concomitantemente com os também novos modos de distribuição, o
que torna as funções de produção, distribuição e consumo difíceis de serem
consideradas separadamente.
Parafraseando Abonyi et Van
Slyke (2010), para que as empresas sejam competitivas internamente e no mercado
internacional, requer-se custos mais baixos, permitidos por uma melhor
infraestrutura, adequada à oferta de um transporte multimodal, além de empresas
transportadores competitivos; procedimentos rápidos, eficientes e transparentes
nas fronteiras; moderna tecnologia de informação e comunicação para atender às
demandas logísticas mais sofisticadas - mais curtos tempos de movimentação;
confiabilidade de entregas; cuidado no manuseio dos bens; certificações de
qualidade segurança contra roubos e danos, etc.
A maior complexidade do
ambiente, aliada à necessária consideração de uma gama mais ampla de aspectos
no desenvolvimento de um plano de logística e transportes, exige uma reflexão
por parte dos responsáveis pela elaboração de um planejamento desta natureza.
Artigo cientifico n°2
Artigo científico sobre
logística reversa
Promover o bem estar
ambiental nunca foi tão importante quanto está sendo atualmente. A sociedade em
geral está cada vez mais preocupada com os diversos aspectos do equilíbrio ecológico,
tal preocupação é refletida nos problemas de saúde, imagens organizacionais,
poluição ambiental, entre outros. Atentas à esses dados e preocupadas com
questões ambientais as empresas estão cada vez mais acompanhando o ciclo de
vida de seus produtos, através da Logística reversa.
Além disso, empresas que
possuem este processo de maneira bem gerida, tendem obter vantagem competitiva
no mercado, já que estas podem atender seus clientes de forma melhor e
diferenciada de seus concorrentes.
Dentro desta ótica, a
logística reversa e o estudo dos canais de distribuição reverso, também se
destacam como um meio que agrega valor a empresa de diversas naturezas:
econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.
Empresas que fabricam
produtos expelidores de substâncias tóxicas em alguma fase de sua produção
devem estar atentas ao mal que esse processo causa à natureza, aos
consumidores, trabalhadores, etc. Este fato diz respeito ao aumento de
consciência ecológica dos consumidores que almejam a redução de impactos
negativos das empresas no decorrer de suas atividades ao meio ambiente. Isto
tem gerado ações por parte de algumas empresas que visam mostrar aos clientes e
consumidores uma imagem institucional “ecologicamente correta”.
Artigo
científico n°3
O
planejamento do transporte e da logística de uma região e o papel da
administração pública
De acordo com a Transport Planning Society (apud
Rodrigue et al., 2009), o planejamento de transporte é considerado o
conjunto de atividades que engloba a análise e avaliação dos problemas
passados, presentes e previstos, associados à demanda pelo movimento de
pessoas, bens e informações em nível local, nacional e internacional bem como,
a identificação de soluções no contexto do desenvolvimento econômico, social,
ambiental, técnicos e de uso da terra atual e futuro, à luz das aspirações e
interesses da sociedade a que serve. A definição proposta ainda inclui o
planejamento, projeto, implementação, gestão e operação das políticas, instalações,
serviços e processos que são, ou podem ser, usados para assegurar uma
acessibilidade sustentável, equilibrando os custos e benefícios privados e
sociais relacionados ao transporte e seus impactos.
Alinhado com este conceito de planejamento dos transportes,
Abony et Van Slyke (2010), ao abordar o tema, afirmam que no atual contexto
globalizado o governo deve desempenhar novo papel e novas funções, resultado
das mudanças nas formas de interação e interdependência entre nações, economias
e pessoas. Ao mesmo tempo, ressaltam que a
capacidade
da administração pública tornou-se limitada e as relações desta com as empresas
e a sociedade civil ganharam importância, exigindo que o governo priorize a
articulação ao invés do comando, a persuasão no lugar do controle e as
parcerias substituam a execução.
Os autores usam a expressão: “governar nos limites” para
representar o desafio que as administrações públicas enfrentam no século XXI.
Um exemplo destes “limites” e das novas funções que a
administração pública deve desempenhar consiste na necessidade de buscar
recursos junto à iniciativa privada para viabilizar investimentos em
infraestrutura de transportes. Não há dúvidas que tais investimentos são
indutores do crescimento econômico, mas, dada a escassez de recursos orçamentários,
cabe ao Estado buscar formas de “compatibilizar a necessidade de oferecer serviços
públicos de qualidade com a maior economia possível para os cofres públicos, de
modo a fazer com que os recursos públicos gerem o maior valor possível para a
sociedade” (PELT-Minas, 2010).
Embora importante, tanto pelo volume de investimentos
necessários quanto pelo retorno proporcionado em termos de redução de custos e
tempo de transporte (além do impacto sobre a mobilidade da população), a
infraestrutura de transporte não se constitui no único elemento a ser
contemplado no planejamento de transporte e logística e nas ações dos governos.
Uma abordagem para o planejamento da logística e dos
transportes é sugerida no trabalho de Barbero (2010), que ressalta as
características do atual contexto de desenvolvimento, a natureza sistêmica dos
problemas da logística e dos transportes e a necessidade de uma agenda
transversal, que combine áreas distintas da administração pública e privada.
Abonyi et Van Slyke (2010) também apresentam uma estrutura que deve
orientar a administração pública na era
da globalização da produção, destacando dentre os elementos principais: a
necessidade de compreender as cadeias de valor e se engajar na facilitação das
trocas inerentes as suas atividades econômicas; a importância de investir na
melhoria da infraestrutura logística; o compromisso no que diz respeito ao
desenvolvimento de mecanismos que promovam a participação dos arranjos
produtivos nas cadeias globais; gestão dos riscos inerentes as cadeias e redes
globais; a necessidade de liderar esforços para investir e promover a
capacitação profissional e o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao
transporte e logística.